arrastar....

Arrasto o resto de um vestido chamuscado pelo último incêndio

Há rasgos e cinzas...

A cauda ainda sobrevive, há lembranças impregnadas nela

Meu corpo está pesado...

Meu marchar é lento ...

Subo com dificuldade e carrego as cargas de uma vida cheia de vazios,

São tantas perdas ...

São tantos nãos...

São tantos sorrisos levados...

São tantas saudades...

Estou vulnerável, sou impotente

Não consegui socorrer os meus e os vi morrer

Sou culpada por estar viva e relativamente bem!

Olho para trás, há um rastro de extinção...

Quero varrer... arar... irrigar... reflorestar...

No entanto... junto de tantas perdas, eu perdi as sementes...