BIDEN E A INVERDADE SOBRE O FIM DO PACTO DE VARSÓVIA
A derrubada do Muro de Berlim (1989), símbolo da Guerra Fria, significou o iminente ponto final no confronto de armas sofisticadas entre os Estados Unidos e a União Soviética.
A paz definitiva entre as duas grandes potências nucleares, entretanto, somente se deu com a assinatura do TRATADO SOBRE FORÇAS ARMADAS CONVENCIONAIS NA EUROPA, em 1991, entre os chefes de governo dos países que integravam o PACTO DE VARSÓVIA e os dos estados-membros da OTAN.
O principal objetivo do Tratado era a paz entre os povos de todas as nações, isto é: o fim da Guerra Fria.
Mais ainda: os países vinculados ao Pacto de Varsóvia se tornariam independentes (caracterizando o fim do comunismo), enquanto a OTAN assumiria o compromisso de reduzir o avanço no Atlântico Norte e sua capacidade militar em todo o Continente.
Em seu discurso, hoje (26/03/2022), em Varsóvia (capital da Polônia), o sr. Biden disse apenas que
"O fim do do Pacto de Varsóvia foi a derrocada do socialismo, etc. etc."...
Acontece que o sr. Biden perdeu a grande oportunidade de dizer pelo menos uma verdade (não demagógica) em todo o seu discurso.
É que os países do antigo Pacto de Varsóvia, inclusive o seu líder, a Rússia, então governada por Yéltsin, cumpriram fielmente todos os termos do TRATADO SOBRE FORÇAS ARMADAS CONVENCIONAIS NA EUROPA.
Por seu turno, a ONU, liderada pelos Estados Unidos (governo George Herbert Walker Bush), descumpriu todas as cláusulas do acordo, avançando sub-repticiamente sobre a grande parte dos países do Leste Europeu até aproximar-se das fronteiras mais vulneráveis de sua antiga inimiga histórica: a Rússia.
O cerco, conforme Putin, não é diferente do que aconteceu em 1941, quando tropas nazistas atacaram e dominaram Leningrado durante 900 dias.
A alegação de uso de armas químicas é a mesma que inventaram em 2003 para invadir o Iraque, dizimando mais de cem mil inocentes iraquianos (inermes, em sua maioria). Quem fez aquela guerra genocida não tem moral para falar de liberdade e democracia para os imigrantes ucranianos. Quem faz a guerra no Iêmen, desde 2014 (mais de duzentos e trinta mil vítimas civis), não tem nenhum sentimento para chorar a morte de iraquianos que, por conta da idade adulta, não puderam deixar a Ucrânia com seus familiares.
Por sinal, ou por fim, o sr. Biden tira proveito dessa guerra para recuperar sua popularidade nos EUA ou, por outra, evitar uma irremediável grande perda na próxima eleição para o Senado.
Lembro que os EUA participam com 79% das despesas militares da OTAN, enquanto a soma dos países vassalos participam com apenas 21%.
A OTAN é um velho POLVO com atuais 30 tentáculos.
Através da OTAN, os Estados Unidos dominarão o mundo. Quem sobreviver, verá.