Teus braços - #01
Passar por este momento tão cruel não estava em meus planos.
Protelei por anos. Fugi de todas as formas possíveis. Assumi prejuízos milionários. Todo esse esforço, foi em vão.
Eis que fui obrigada a aparecer. Fui obrigada a sair do quarto em que a clausura me presenteava com uma falsa sensação de segurança.
No primeiro momento, que durou mais de duas horas, o choro em representação à culpa e covardia, se fez presente, a ponto de minha cabeça doer, tamanha era a tensão sobre meus ombros.
Recebia olhares insistentes, todavia, não se aproximavam , outros olhares, não somente se aproximaram, como também, me abordaram.
Cada abordagem continha uma pergunta, e está, tinha a força de uma estalcada direta em meu coração ferido.
A cada resposta, um pedaço de minha dignidade me deixava.
Desnudei-me por completo.
Não havia mais o que fazer!
Meu corpo permaneceu onde precisava permanecer e, a minha alma, buscou na inspiração e na seguranca de seus braços, um abraço.
Braços estes que nunca me abraçaram, a não ser em minha mente.
Afundo-me em seu peito como se mergulha-se num oceano de aguas calmas.
Por horas me mantive ali, em seus braços. Acolhida e segura. Desejada e respeitada.
Aos poucos, as lágrimas se esgotaram. Seu calor me confortou. Tranquila, penso em seus lábios. Não me atrevo a toca-los.
O sofrimento e a dor de uma ferida aberta amainaram com um novo sentimento: esperança!
E é assim que me sinto agora.
Estou de volta e em "casa".