Cefaleia do amor
Dizem que amar traz liberdade.
Escolho pensar que é prisão sem paredes.
Algolagnia passiva...
Néctar e arrelia.
Cizânia de sentimentos: amor.
Ama-se uma suposta alegria que outra pessoa oferece, desde que esta "benesse dos infernos" seja minimamente parecida com o que - hipoteticamente - chamam de satisfação.
Ao mesmo tempo, ama-se a dor que é certeira.
Mais pura inépcia.
Venera-se o alívio seguido de dor, a presença seguida de saudade, a alegria seguida de tristeza, e há a inércia da espera por dias melhores. (Será?)
Tísica da felicidade inexistente.
Cefaleia do amor cujas mãos empurram o auge da cegueira de goela a baixo.
Afogamento na sequidão da vida já que tudo é unilateral.
Murro no estômago é o que chamam de amor.
Dor doída partida que dilacera veias...
Preciso dormir...
Escambo!
Ao menos, no sono, terei a paz que me falta nesta mércia...