Cefaleia do amor

Dizem que amar traz liberdade.

Escolho pensar que é prisão sem paredes.

Algolagnia passiva...

Néctar e arrelia.

Cizânia de sentimentos: amor.

Ama-se uma suposta alegria que outra pessoa oferece, desde que esta "benesse dos infernos" seja minimamente parecida com o que - hipoteticamente - chamam de satisfação.

Ao mesmo tempo, ama-se a dor que é certeira.

Mais pura inépcia.

Venera-se o alívio seguido de dor, a presença seguida de saudade, a alegria seguida de tristeza, e há a inércia da espera por dias melhores. (Será?)

Tísica da felicidade inexistente.

Cefaleia do amor cujas mãos empurram o auge da cegueira de goela a baixo.

Afogamento na sequidão da vida já que tudo é unilateral.

Murro no estômago é o que chamam de amor.

Dor doída partida que dilacera veias...

Preciso dormir...

Escambo!

Ao menos, no sono, terei a paz que me falta nesta mércia...

Carlos Maciel CJMaciel
Enviado por Carlos Maciel CJMaciel em 25/03/2022
Reeditado em 27/03/2022
Código do texto: T7480927
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