Notas Mentais de um Ansioso 4 - Mort'vida de Eulírico
Gosto muito de uma canção que diz:
“Muitas batalhas venci,
Muitas ainda vou enfrentar,
Muitas vezes vou cair,
mas sempre vou levantar...”
Ultimamente, mesmo sabendo que vou levantar, essa sensação de morte no peito tem me acompanhado depois de um lapso de fragilidade repentino junto a pessoas que se importam comigo.
O novo cansaço do dia a dia que desafia, me desanima, numa pratica que eu queria, que via vida e agora me traz feridas. Esse cansaço deu abertura, abriu minhas fissuras que com muitas fechaduras eu tentei trancar.
Eu só queria mais um sopro da vida, uma leveza tranquila, um amor retórico e pessoal afrodito-narcisista para poder me olhar no espelho de verdade e não ser apenas mais uma vez longa vista.
Amo quando os sentimentos me transpassam, mas detesto quando me atravessam.
Os que me transpassam vem, ficam e vão deixando, ensinando.
Os que atravessam não me envolvem, se dissolvem e eu fico à mercê do nada.
Essa relação tem a ver com esse sentimento de morte que ainda está habitando, pois apesar de falar muito de vida, essa sensação inconstante me deixa alheio a ela. Alheio ao toque, as palavras, as carícias... a vida.
Por mais que eu compreenda que “muitas vezes vou cair, mas sempre vou levantar”, acho que nunca vou me acostumar com a sensação ansiosa ter de chorar pelo estômago e não pelos olhos.