Condição

Se caso algum dia eu for social deixarei de ser. No anonimato é que me acho por completo, não quero ser vista, porque prefiro ser uma luz que enxerga na solidão. Quando me olham eu deixo de existir para mim. Quero ser correspondida através do silêncio, pode parecer que estou querendo ser diferente. Sim eu quero ser diferente quando me encontro nesta oportunidade de escrever para os outros. Existe um preço para tudo e escolhi ser mascote "transmitir" sendo honesta no aqui agora com minha conexão mística. Eu jamais antecipo uma resposta, antes da ocasião, por não saber o que o futuro nos espera. Entre forças que se opõe, a melhor resposta é esperar o desfecho da mão que rege. Sem frescuras antes poupar o lobo do que sacrificar a ovelha. Sem ofender justifico que para minha insegurança prefiro poupar o lobo. E continuar sendo invisível, assim não preciso expor minha imagem e sim indefinidamente uma pessoa, mas algo subjetivo na atmosfera abstrata que não se encaixa em nenhum perfil, que se ajuste no âmago da literatura sendo acolhida nas periferias não específicas do existir. Tendo que ser assim me permito dizer que não me incomodo com minha condição inerente. É nesta alma fragmentada e doída que faço questão em continuar em não poder ser.

Juliana Amorim Alves
Enviado por Juliana Amorim Alves em 19/03/2022
Reeditado em 21/09/2024
Código do texto: T7476290
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