I-XXIX Jaezes de vida e morte
Quero tentar algo sutil:
Agindo como se o que sucede não acontece,
e o que parece não seja veste,
para viver uma incoerência feliz, perdendo apenas o que dirão me suprir.
Então oro por algo certo,
espero só quem volte de lugares péssimos.
Faço de mim da forma que vim,
como minha pele sendo o corpo, não sendo eu só alma sob o Todo.
Lembrei de ti toda vez que me vi,
pois sei que lembras de mim por viver o que não conheci.
E antes que morra ingênuo ao acaso,
tento fazer de mim menos coitado.
Feliz por besteiras que mal me fazem rir,
olho para quadros que nunca entendi.
Fascina-me saber que passam por aqui,
e me alegro do tempo que resta usufruir.