QUANDO ESTÁ NA HORA DE CORTAR O PESCOÇO DA GALINHA
“Começava a ter medo dos outros.
Aprendia que a nossa solidão nasce da convivência humana”
(Nelson Rodrigues)
Cortar uma amizade (se é qu’existe... amizade)
... deveria ser como cortar o pescoço d’uma galinha
(a que logo mais irá para a panela)
E cortar por cortar, apenas (sem odiar aquela ave)
E sem ter dó dela [também]
E sem ter nenhum remorso no qu'está fazendo
Ninguém que abate um’a ave (ou um frango, sei lá!) o faz por ódio [a ele]
Faz apenas “por fazer” (sem nenhum rancor ou qualquer outro sentimento)
E quando o faz, faz rápido (talvez até mesmo para não assistir seu sofrimento)
E da mesma forma, ninguém precisa “odiar” para desfazer um’amizade
(que nunca houve)
Isso mesmo:
Mesmo por que o s’havia era tão somente “indiferença” e mais nada
Na, verdade não havia “nada”...
Não existindo nenhuma expressão de vida [n’aquela relação]
Uma convivência... só de aparência (morta)!
Ou então somente uma relação “por conveniência”!
Como dois cadáveres um ao lado d’outro
Que, obviamente não se comunicam nem se falam
Mas, oh! se pudessem ter olfato, quanto sentiriam que suas carniças s’exalam
Chega a ser tolice quem persiste n’uma amizade (que não vingou com o tempo)
Insistir co’uma pessoa que não lhe quer bem (nem nada)!... para quê?
Somente para manter as aparências d’um contato que não existe?
E não é que muitas relações são ocultamente “superficiais”?
Totalmente vazias...
Por que você se vê na obrigação de co’alguém conviver
... quando ele visivelmente não quer nada contigo?
Você precisa mesmo dar-lhe alguma satisfação?
O que preciso se faz para qu’entendas que não vale a pena [assim o ser]?
Pare de querer escalar inacessíveis montanhas
E pare de se importunar e te maltratar com isto
Pare com esta tolice
Pare de se aborrecer (inutilmente)...
E pondere sobre sua vida agora:
Já passou d’hora de “cortar o pescoço da galinha”!
16 de março de 2022
"Sai...e busca"
(Budha)