I-XXVI Jaezes de vida e morte
Mais um ano que nada ensina.
Preciso de ti, não preciso?
Consertou a si mesmo. Foi por mim, não foi?
Percebi pela forma que dizes fazer por você.
Contido no abraço, como quem não atravessou o mundo para ver-me.
É. Eu não preciso de ti, preciso?
Questiono-me enquanto ouço sobre as diferenças das nações.
Estamos falando de nós?
Dizes ter abandonado as praias pelo dinheiro que lhe falta, sem quem lhe prometa, aqui, uma vida adequada.
Se há quem prometa, pergunto-me a razão desta conversa desenfreada.
Sugiro lugares para que, como Romeu, possas aguardar-me seguro enquanto concebo o amor como o fim do mundo.
Para a maioria, bati com a cabeça. Para mim, perdi-me na carência.
Matei-me por ti em centenas de suposições. Metade, agora, não faria.
Nego-te o mundo enquanto lhe desejo o melhor.
A indiferença faz disto uma lenda. A platonicidade é o que nos sustenta.
O preço para escrever sobre amor é o mesmo do dinheiro.
Queria eu, então, ter ainda mais tempo.
Assim divirto-me como um plebeu,
tendo como única diversão as doenças de quem este reino ergueu.