Entre o agora e o que pode vir depois
Cada caso é um caso, e isso é de fácil compreensão, porém, de quase impossível aplicação. Enquanto se espera a resposta de algo que fará a diferença, outras coisas continuam agiando e podem influenciar no resultado que se espera. Eis o breve momento para quando tomamos partido de administrarmos nosso ser. Eis, também, a brecha que muitos se apoderam para se livrarem da responsabilidade do que pode acontecer. E é sobre isso que eu tentarei expor meu pensar.
Cada coisa é uma coisa, tal qual cada momento é um momento e cada pessoa é uma pessoa. A diferença é que cada parte disso não existe em seu reservado tempo, em planos particulares de realidades prórpias, elas estão entrelaçadas e perpendiculares entre si. O pior de tudo é não existir uma só forma de organizar isso, como eu também gostaria que fosse. São níveis sobre níveis de como essas coisas interagem e lutam entre si; absorvem-se ou se repudiam; se apresentam, perduram e depois se vão; como influenciam-se ou ignoram-se; e por ai vai, entre diversas e complexas formas de coexistirem entre si.
A individualidade, então, perde parte de sua propriedade, da sua lógica, pois, até para ela, não há o próprio universo e espaço único e particular. A própria ideia de individual precisa dividir e interagir, de forma ativa ou passiva, com tantas outras ideias. E quem há de possuir o controle, parcial ou total, de quem interagem com quem e influencia o quê e como?
Eis a circunstância que muitos agem de má fé. Mas não uma má fé sólida, engessada, que se refere ao mal de forma precisa e pura. É uma má fé que também se mistura com outras e tantas coisas, provocada pela ausência da criação de mais um nível, acima ou baixo; ou da relação das circunstância que já deixaram de ser presente e futuro e agora não passam de passado definitivo que se quer disse adeus e partiu, deixando um vácuo que se segura vaga ou será preenchido pelo empurra-empurra do que ficou e se sente na obrigatoriedade de se apossar de parte do espaço desocupado para aliviar suas próprias tensões e relaxar. E a mentira se encontra no momento em que há negação de qualquer reação dessa ação, seja porquê se pensa que deveria haver respeito pelo que se foi; por atender suas necessidades e ignorar, em algum grau desconhecido, os detalhes ou até mesmo por agarrar-se a um plano maior e não sentir que a decisão, do que quer que esteja admnistrando esse algo maior, ainda não foi dada.
Por fim, o que mais frusta nisso tudo é não haver quem, ou o quê, para depositar a culpa ímpar. A vida vem e a vida vai. Se ela possuirá valor, razão, bem... quem é o único que há de decide? O que possuí poder o suficiente para dobrar o outro sem haver feridas, sem haver incômodos? Qual coisa está, para todos, e ao mesmo, em tal importância de ser resolvida e atendida primeira que as demais coisa se ausentariam ou se aquietariam em conformidade igualdade e expontânea razão?
Quem responde as dúvidas que aparecem, e o que preenche as lacunas que surgem?
Clara Nuvens.