Ela virá
Pois é. Não tem como fugir, não há possibilidade de escape, não dá para enganá-la, pedir por um pouquinho mais de tempo e sair correndo sem ser visto por ela. Ela virá. A morte, um dia, enfim chegará. Virá nos buscar. Virá nos mostrar o quanto somos finitos, temporários e frágeis. A nós restará apenas partir. Acompanhá-la para sabe-se lá onde. Ser levado por ela a algum lugar desconhecido. A vida que conhecemos deixará de existir. As pessoas que amamos ficarão para trás. O que pudemos falar, falamos. O que pudemos demonstrar, demonstramos. E se há algo mais que queiramos fazer, ela sentirá muito, ficará em aberto.
O parágrafo precedente pode ter parecido um pouco mórbido, incômodo, inóspito para a leitura, mas ele traz uma verdade com a qual precisamos nos confrontar todos os dias: um dia, partiremos. Só que até que esse dia chegue, pode ser que as pessoas que a gente ama partam antes de nós, de maneira que seremos confrontados pela finitude de diversas formas e em variados momentos. O dia, é imprevisível. A gente só sabe que ele existe e se aproxima.
Mas essas palavras não querem causar pavor, angústia ou desolação. Não querem deixá-lo em um estado intenso de alerta, incomodado com a verdade da vida, andando de um lado para o outro na desesperada esperança por encontrar uma solução. Não há solução. Ou talvez exista uma...
Existe o tempo que temos entre a nossa chegada e a nossa partida. E esse tempo leva o nome de Vida. O que você está fazendo da sua? Usando-a para ser um ser humano melhor, para escrever uma história digna, para amar e ser feliz? Ou será que perde tempo com bobagens, por orgulhos, sendo arrogante? Não importa quem você seja, ou pense ser. Ela virá. E o levará. E ficará o significado que você deu à sua existência. Pelo que você será lembrado?
(Texto de @Amilton.Jnior)