Costume

Acostumei-me com o canto dos pássaros e o barulho das ondas,

com o nascer e o por do sol.

Acostumei-me com as crianças correndo e os idosos sentados,

com os jovens namorando e os adultos trabalhando.

Acostumei-me com acordar cedo e dormir tarde,

com perseguir sonhos e as vezes deixa-los de lado.

Acostumei-me com as religiões e seitas,

com Deus, anjos e demônios.

Acostumei-me com as doenças e as curas,

com a saúde e o padecimento.

Acostumei-me com as alegrias e tristezas,

com o bom e o ruim.

Acostumei-me com as guerras e a paz,

com o bem e o mau.

Acostumei-me com o nascer dos bebês e o falecimento dos velhos,

com a vida e a morte.

Acostumei-me a me acostumar,

e hoje percebo que o costume me tira prazeres, me torna indiferente, me faz mais ou menos querido, me robotiza e me limita.

A Pozzebon
Enviado por A Pozzebon em 03/03/2022
Código do texto: T7464364
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