Reflexão na madrugada.
Eu gosto de escrever sobre o amor ou a falta dele, que anda mais constante do que antes. Ou sempre esteve? Eu não sei, talvez alguém possa me responder. Talvez eu não ligue para a resposta, só queria encontrar alguém que realmente se importe com algo mais além, algo mais aquém de sua própria existência.
Me sinto cada vez mais inteiro e distante de pessoas, coisas, bichos, porém me sinto perto do céu, das estrelas e das coisas inanimados, até falo com elas...não obtenho respostas e talvez, a beleza disso esteja aí, no silêncio do que não pode ser dito.
Também ando pensando nas viagens, terrestres, aéreas, marítimas. Essa ultima me causa certo pavor, gosto de ter meus pés fincados no chão, na terra, na areia, não importa o solo, desde que eu não afunde, está ótimo. As viagens terrestres, pela rodovia me causam uma mistura de alegria com pavor, já que em cada curva parece que o carro vai derrapar e tudo ir pelos ares, ao mesmo tempo a satisfação de estar indo para outro lugar onde ninguém me conheça e a paisagem é outra, impulsiona- me a arriscar um possível capotamente e talvez uma morte dolorosa ou ainda, sobreviver e ficar sequelado. Não importa, ir para longe vale um possível risco.
Eu tenho uma planta, um cacto e se chama Johnn squach. É um nome grande para um cacto pequeno e silencioso, mas converso com Johnn quando vou rega-lo ou mexer na terra. Johnn squach está vivo e certamente me escuta. Se entende eu não faço idéia, mas não é assim com tanta gente?
Minha casa tem mil coisas, mobilia necessária, utensílios de cozinha, objetos para enfeitar o lar. Tenho um boneco vodu que trouxe de uma de minhas viagens( tive de ir de avião) que tenho um grande apreço, é um souvenir que trouxe de Louisiana. Tenho fascinação por esse objeto, sinto um certo poder em, se necessário usar, para afagar ou machucar alguém. A crença que tenho esse poder em mãos, me faz refletir sobre a necessidade de domínio que temos, de sermos quase deuses e modificar algo que não nos cabe e ao mesmo tempo, me faz lembrar, que é tudo ego e preciso vigiar o meu o tempo todo, já que escolhi trilhar o caminho da luz.
Resolvi que estudarei por toda vida, seja algo prático ou espiritual. Tenho uma necessidade intrínseca de entender, coisas, fatos, objetos, pessoas, tempos, lugares, cosmos e tantas outras coisas.
Tudo está interligado e ainda sim, me sinto separado dos demais. Quase tudo me cansa e vivo nessa dualidade, de sentir falta de gente e querer, ao mesmo tempo, ficar longe deles.
Tenho muito para aprender e fica nítido pra mim, que só comecei ver a ponta do iceberg, desse mundo bonito e caótico.