Um olhar aguçado
Sócrates, há muito tempo, já dizia: “Conheça-te a ti mesmo”. Talvez a grande missão da filosofia tenha sido fazer o homem se compreender, entender a si próprio, entrar em contato com a sua essência, com a sua verdade e, assim compreender o porquê de seu descontentamento diante da vida. Isso porque às vezes nos sentimos infelizes, cansados, como se a vida não passasse de um fardo ao qual fomos condenados. E não conseguimos compreender a razão disso. Não encontramos uma clara e objetiva resposta que nos ajude a entender o motivo da nossa insatisfação. Só que a resposta sempre esteve dentro de nós. A gente só precisava se conhecer para, então, encontrá-la.
Só que esse “se conhecer”, o tal do autoconhecimento, não é algo gostoso, divertido, completamente florido. Pode ser espinhoso. Pode ser doloroso. Pode ser um processo angustiante esse de entrar em contato consigo mesmo, com as suas próprias características, com os seus desejos escondidos, com aqueles sonhos que foram adormecidos. Pode ser incômodo fazer uma viagem ao nosso interior e descobrir que estivemos o tempo todo desligados de nós mesmos. Apenas reagindo ao que esperavam de nós. Apenas sobrevivendo dia após dia.
E, então, quando nos conhecemos, a gente entende que a responsabilidade pela nossa frustração diante da vida também é nossa. Foram as nossas escolhas que nos levaram até aquela situação. Ou melhor, foi a nossa falta de tomada de decisão diante da vida que nos fez submergir em um mar de desinteresses.
Por isso desperte para si mesmo. Viaje dentro de si mesmo. Amplie o olhar que você tem sobre si mesmo. Dizia Carl Jung que “quem olha para fora, sonha, mas quem olha para dentro, desperta”. Desperte para a sua verdade. Desperte para quem você é. Tome conhecimento sobre a sua essência, desperte e viva! Ainda que doa. Ainda que incomode. Mas é melhor do que, adormecido, pensar que a vida não tem nada mais a proporcionar.
(Texto de @Amilton.Jnior)