"Não que eu me lembre"
"Que" tem a função de pronominal, comumente, porém, já temos o pronome "me", assim como, também, o sujeito, que é a primeira pessoa do singular, expresso explicitamente pelo vocábulo "eu". O sujeito está bem definido na oração, contudo, não o que é esquecido, ou seja, falta o complemento verbal, logo, este 'que' pede uma oração subordinada, exercendo, assim, a função de conjução subordinativa, isto somado com o contexto, e com a redundância do pronome 'me' e 'eu' na mesma oração, configura esta oração como objeto indireto, e uma frase coloquial, daí a sua semântica dúbia. A mensagem poderia ter sido transmitida das seguintes formas, "Eu não me lembro", "Não me lembro", pois se pormos o conectivo 'que' a sentença já não se faz como uma, daí a sua poética. Se pormos mais uma negação e o verbo ser, na forma substantiva masculina, isto é, o advérbio "não" e o substantivo masculino "é", teríamos, "Não é que eu não me lembre", em outros termos, negação da negação (dupla negação), assim dizendo, ficaria a par da semântica, já que esta outra forma está subtendida (implícita) pela forma do verbo "estar", que está no presente do subjuntivo e, haja vista, o contexto, a resposta poderia expressar o desejo, na ânsia de se fazer ocultar. O desejo tem realidade psíquica. A expressão exprime uma verdade que não mais quer se fazer inconsciente; a verdade, portanto, é psíquica.