Encruzilhada VII
Tragam de volta os anos dourados de minha juventude
Os faróis de meu delorean ofuscam meus olhos
Choro em meio a rota sessenta e seis com meu cigarro e essa chuva
O rádio ligado com toda a neblina e fumaça de meu fumo
Me encontro sem aquela heroína que me salvava dessa realidade
Ao amanhecer eu encarei a realidade com um copo de café preto
No crachá daquela moça estava escrito o nome “Cid” e no copo um número raspado
Ela adorava essa música e eu adorava ela…
Não vale a pena morrer só por causa de dias ruins, mas eu sempre esqueço os bons
Andrew teve sorte, pois ele sempre teve a chance de “formatar” suas memórias
Ele era um homem louco, cantarolava as músicas de “The Caretaker”
Esse rumo está levando-me para o mar, com esse efeito ressaca
Que leve tudo embora, mas por favor a traga de volta!
Memórias consomem
o relógio faz a vida passar…
é tão irreal viver uma vida
e triste ver essa luz se apagar…
O prazer de não viver sozinho é desconhecido pela falta de empatia
Por todas as razões que você teve para morrer, escolheu a mais solitária
Quem se importa se mais uma luz se apagar? bem, eu me importo
Afinal nem mesmo esse sofá marrom foi feito para se sentar sozinho
Se eu pudesse viajar no tempo eu faria tudo de novo
Se um momento é tudo que nós somos, quero vivê-lo novamente
Se de boatos fazem um homem, eu quero descobrir a verdade
Mas eu não consigo te ver todas as noites
Amor e certamente algumas drogas esparramadas no chão
Teu corpo deixado pela fadiga momentânea
Toda essa sensação de fraqueza e a nota fiscal dessa mercadoria
O detetive disse que essa prosa foi diagnosticada com “C4H4N2O3”
Venha como você é. -Como você era…
Estou tãããão contente? em ver-te novamente
talvez seja apenas um sonho de querer te ver
afinal estou tão cansado…
O pecado mora ao lado
Os holofotes ofuscam meu brilho feito farol de carro
São apenas manchetes de fake news
mas mesmo assim não questionam se as fontes são verídicas
O corredor sombrio da imprensa que me leva até o elevador daquele hotel
O quarto favorito, F33 onde guardo os meus “docinhos”
Não desejo esse fardo para ninguém, pois “eles” não veem meu rosto atrás dessa make
Ninguém repara nas estrelas que se apagam durante a noite
Quantos discos se encontram dentro daquela jukebox?
Será que ela pode me ouvir te chamando?
Por favor, fique mais um pouco comigo…
Eu sentiria sua falta…
Dizem as línguas que foi tudo sorte
Se realmente fosse, eu não estaria sozinho
Mas ainda dizem que eu não mereço toda essa porra
-ainda não me lembro dos meus momentos de sorte
O que significa o acróstico acima?
Ou o nome “Cid” com sua numeração “dez” naquele quarto de hotel?
O autor desse texto estava louco?
Como ele pode esquecer como se escreve a sua encruzilhada?
Como pude pôr no palco tantas dores?
Ele definitivamente está certo quando diz que estou louco
Afinal esse quarto está sempre mudando
Como pude colocar no papel tantas dores?
Lembro-me daquele verso de um poeta futuro
“deixando transbordar todo o pó da maquiagem no vento
e o seu olhar era doce como a de Marilyn Monroe”
Eles dirão isso de ti quando partir, também...
Como pode ser tão egoísta por me deixar?
Se você visse seu funeral, talvez tivesse voltado atrás…
Achou mesmo que ninguém sentiria sua falta?
Bem, eu senti…