Chegou a hora (isto deve ser lido demoradamente).
Cruzando anéis azuis, colossais, grossos com certo brilho, como a lataria de uma cor choque e luzes encobertas com quilômetros de pisca-piscas debaixo de um véu de noiva, apenas um pedaço rasgado de fuga que desapareceu e deixou uma pista aqui, bem aqui. Usando uma mochila a jato e uma bola de boliche amarela cortada ao meio como capacete. Estou neste espaço chocante. De olhos coçando, batendo a mão no nariz de vez em quando como uma mania que, também me faz piscar e, ao menos me movimenta pra algo.
Pigarreio e me sinto afastado, dividido ao meio sobre uma guilhotina de papel que corta papeis, não tem graça?- Sua área e angulo atrás de um vidro, sua porção de respiro que embaça sua vista, incontáveis e inacabáveis quadradinhos como uma matriz, um labirinto virtual, estética absurda, estrangeira, cansativa visualmente, viciante aos atestados, moribundos, roedores de unhas e corcundas. Um jogo ainda sem cenário ao qual o personagem se senta, se encosta e se encolhe pra entrar em pânico.
A barba passa a crescer mais rápido, o metabolismo desacelera, as aberturas demoram mais tempo e oscilam, os ossos vão amarelando, vão enfraquecendo, até que quebram e depois te grudam e você nunca mais é o mesmo, boneco articulado, action figure.
Daqui a pouco tem a volta. E nunca se sai disso. Uma coisa dessas te pega e te encerra e fim, sem chance, acabou. Perambule, olhe debaixo das pedras, atrás das arvores, na recepção vazia e irritante de qualquer porta de entrada.
Bata o sino, soe o alarme ou puxe a cordinha do expresso catártico.
Recepcione e seja o jarro para aguas podres, seu novo girino humano, se debatendo, se afogando, mas meu filho...
Chegou a hora clara, de ovos partirem.