I-XXIII Jaezes de vida e morte

Intrigaram quem, um dia, questionou-me sobre minhas armas.

Disseram ter sido eu, um voluntário de devassas jornadas.

Se colocarem-me a prova, inventarei um problema.

Se tirarem meu tempo, direi-lhes ofensas.

Assim, as coisas vão sendo o que são, dando-lhes

o que rir ao caminho do lar, onde ser mais um fez-me enfermar.

Não me dê nomes piores então, se não os meus que já os são.

Mostre o feito, não o que faço,

livre-me de estar nas causas de quem não mato.

E cruzando o limite da alheia liberdade, há quem leve coisas aos outros

apenas para ter quem o indague.

Dirão trovas romanas e algumas de gálatas, e,

se violentados, seremos nós os donos da famosa marca.

Assim vai esta vida, quase tão cara quanto os sapatos

de quem a banaliza.

E orando por quem nos ampare,

sobra-a nós esperarmos que tais dias acabem.

Murilo Porfírio
Enviado por Murilo Porfírio em 19/02/2022
Reeditado em 01/10/2023
Código do texto: T7455531
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2022. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.