ANVERSO

No anverso do meu verso

desliza letras sob meu silencio.

Calada, borbulham meu pensamentos gritantes!

Ecoa no universo meu grito mudo...

Não me ouve?

Minhas letras não lhe ferem os olhos

ou lhe convém ignorar minha súplica?

Ai de mim tão solitária na multidão!

Ai de mim, do meu sorriso franco tão carente de verdade!

Em farrapos, maltrapilha, deixo rastros

pedaços meus

no anverso do meu verso.

HERMÍNIA ROHEN
Enviado por HERMÍNIA ROHEN em 17/02/2022
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