2015

Em 2015 eu assisti…

Um mundo inteiro ser partido em milhares de pedaços,

E pessoas a juntar os cacos em meio a toda poeira produzida

Amarga e sem solução…

Amizades sólidas reduzidas a estilhaços,

E no fim, entregues ao poder do tempo e de Deus, a sua reconstrução

Lenta e sem garantia…

Vi também em 2015, e num outro universo,

Alguém chegar… Sabe-se lá de onde, sem qualquer preparo ou aviso

E dominar o recinto, em meio ao lamento de uns e a agonia de uns tantos outros

Cruel e sem alívio…

Vítimas da opressão, de um tirano sem pudor, sem lógica e totalmente fora de época

E no fim se mostraram… Cautelosos e covardes em meio à dor da maioria

Lancinante e sem anestésico…

E ainda tive tempo para presenciar, em 2015, e em toda parte

Criaturas amedrontadas em meio a desastres, de toda ou qualquer natureza

E culpados sendo punidos, em meio a dedos apontados, sem dó ou piedade, raiva

Agressiva e sem filtro…

Criminosos cretinos que fizeram por merecer: a punição, o suplício, a ausência de paz

E no fim, eles até cumprirão a pena, porém muitos outros escaparão da justiça

Míope e sem jeito…

E com esses lamentos e indiretas (quase que diretas) eu termino este ano, de 2015, ao menos no que condiz à parte ruim, pois, é claro, dias maravilhosos e cheios de luz também existiram… Conquistas, vitórias, celebrações, o sorriso no rosto, a boa lágrima e principalmente a esperança de que tudo que foi plantado de bom, possa vir a dar belos e prazerosos frutos em 2016.

Porém, enquanto a boa colheita não chega, é melhor seguir com meus óculos escuros. Por garantia.

Claucio Ciarlini (2015)

Claucio Ciarlini
Enviado por Claucio Ciarlini em 14/02/2022
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