Verdade II
Zeca pagodinho canta, em uma música maravilhosa, que "Descobri que te amo demais/ Descobri em você minha paz/ Descobri sem querer a vida/ Verdade…"
O que Zeca não cantou junto com essa música é que a verdade nem sempre traz essa paz.
Reitero e vou repetir a exaustão: nem sempre a verdade é paz. Embora ele esteja certo que descobrir o amor é descobrir a vida.
A compressão da verdade é a compressão de si mesma, do interior e dos propósitos e do amor em sentido abstrato.
Mas a verdade exige enfrentamento e encontrar em alguém a paz é uma responsabilidade infinda.
E há tantas verdades. Tantas coisas que precisamos fazer, dizer. Tantas perspetivas. Tantas conversas adiadas.
Embora a verdade não seja a paz, é sempre a melhor escolha. E paz não é um ambiente sem combates, mas sim da força para resistir a batalha, persistência em ganhar a guerra.
Mesmo com a vontade, o sonho e paz, dependem da verdade. Depende de dizer, como diz a letra, tudo que se está disposto a fazer, a ir atrás da paz, para quem sabe torna-la verdade.
Verdade é ir atrás do que se quer, ainda que o caminho seja diverso do atual. Mudar toda a rota porque houve desvio daquilo que você realmente quer. E se deu conta. E não é tarde demais.
Pois afinal, verdade é amor. Assim como não há amor sem saudade, não há amor sem verdade.