Vivendo... entre a Natureza e a Cultura.

Viver é processo. Ao mesmo tempo complexo e contingente ou condicionado. Ou as três coisas juntas.

Coisas?

Em outro texto ou frase eu expressava a ideia de como ‘coisar’ e suas derivações acomodadoras de situações diversas fora uma invenção muito útil para o cotidiano, para dizer o mínimo. Quando não lembramos de algo ou mesmo não o sabemos denominamos de ‘coisa’. O mesmo ‘truque’ usamos para ações diversas. Assim, ‘coisar’ pode remeter a ações muito diversas (até coisar mesmo – entenda-se). Claro, estas relações devem ser contextualizadas, como tudo que se lê e se diz por aí.

Voltamos ao viver. Viver, por alto, admite duas interpretações quanto a sua forma: viver naturalmente e viver culturalmente.

Fazer uma distinção é simples. Humanos vivem culturalmente. Todos os demais seres, naturalmente. Em ambas as circunstâncias as relações, adaptações, transformações e mediações tem a Natureza como base.

A princípio não há nada fora da natureza ou desligado dela. Tudo tem origem na Natureza ou a partir dela. Não quer isso dizer que tudo é natural. Exemplo: usar roupa não é natural (é naturalizado). Seu uso começou a partir de situações naturais (frio, chuva, proteção).

Viver, portanto, deveria ser natural. Os únicos seres que se distanciaram desta habilidade foram os humanos. E continuam se afastando sempre mais. Quanto mais se afastarem, mais insatisfeitos, mais infelizes e menos paz terão.

É fácil fazer um exercício imaginário para situar os primeiros humanos da história completamente dependentes da natureza. Não havia cultura. E eles sobreviveram. Estamos aqui como prova.

Será que hoje, atualmente, humanos sobreviveriam só com base na Natureza?

Vamos dialetizar?