Desistir não pode ser uma opção

O Pequeno Príncipe é um daqueles personagens que nos trazem verdadeiras lições de vida, não é verdade? Veja só essa frase: “É loucura jogar fora todas as chances de ser feliz porque uma tentativa não deu certo”. Não é profundo isso? Quantas pessoas que, deparando-se com alguma frustração, desistem de todo o resto, não é mesmo? Às vezes, quando ouço histórias assim, de pessoas que tinham um universo a conquistar, mas que por terem vivido uma decepção acabaram desistindo de tudo, fico pensando se os grandes gênios da história tivessem desistido nas primeiras perguntas para as quais não obtiveram respostas. O mundo seria o mundo que conhecemos hoje? Teríamos evoluído tanto? Estaríamos conversando neste momento através de palavras capazes de alcançar um número surreal de pessoas? É muito provável que não. Se os grandes inventores, os grandes artistas e os grandes cientistas tivessem cruzado o braço depois que a primeira invenção quebrou, a primeira arte não lucrou e as primeiras experiências fracassaram, provavelmente não teríamos nenhum grande Santos Dummont, não conheceríamos nenhum grande Picasso nem teríamos tido as muitas contribuições de um genial Einstein.

Agora vamos levar isso para as nossas vidas. É verdade que algumas situações não têm mais jeito, não há mais solução para elas e tudo o que nos resta é desistirmos delas. Mas perceba bem o que estou dizendo. De algumas situações nós precisamos desistir, porque não há mais futuro a elas, mas de maneira alguma devemos desistir da vida, porque ela abarca uma infinidade de outras possibilidades, um sem número de outras situações que podem ser vividas, experimentadas e apreciadas.

Um relacionamento abusivo é digno de desistência, mas precisamos estar abertos para outras relações acreditando que somos merecedores de algo bom. Um curso chato que não tem nada a ver com as nossas aspirações nessa vida pode ser deixado de lado, mas não podemos nos convencer de que somos uns incapazes e que, portanto, nunca mais nos sentaremos na cadeira de uma escola. Percebe o que quero dizer? Podemos sair de situações desconfortáveis, podemos deixar para trás circunstâncias exaustivas que nada agregam às nossas vidas e apenas retiram nossas forças. Mas não podemos deixar de lado as muitas chances que ainda virão de sermos felizes e realizados. E isso não quer dizer que as próximas tentativas estarão imunes às frustrações. É claro que não. Apenas quero que entendamos que há outras tentativas para serem usadas e aplicadas, só que a partir dos aprendizados que acumulamos, das lições que obtivemos, das impressões que a vida nos deixou. Talvez não seremos gênios que o mundo aplaudirá. Mas podemos ser aqueles que fazem de suas próprias histórias as melhores que poderiam viver!

(Texto de @Amilton.Jnior)