Tua vida em mim
Ando pelas ruas e ainda procuro entre todos os rostos, o teu.
Estive dia desses num restaurante japonês sozinha, enquanto comia escutava o barulho da água caindo na fonte e pude apostar (em silêncio) que você amaria aquele lugar. Pela fonte, calmaria e aconchego.
Ainda te encontro no mais ordinário da vida, por mais que eu tente evitar, já não consigo passar na sessão de iogurtes e não lembrar sorrindo que eu sempre dizia (ainda digo) iorgute e você ria à beça.
Olhar para o céu, nunca foi só olhar para o céu, agora menos ainda. É sempre carregado de significados que me levam, sem que eu queira, a você.
Assisti a um filme e imaginei que iria te fazer chorar tanto quanto eu chorei.
Peço a assistente virtual para tocar a minha música preferida para dormir e ela sempre toca Noturno II de Chopin, eu não ouvia e nem conhecia Chopin antes de você, mas sinto paz quando ouço e faço isso até adormecer.
Eu poderia elencar algumas centenas de situações cotidianas que me trazem sempre algo teu, só que eu ainda choro saudosa e quase sempre grata pelos reflexos da tua vida em mim.
Te concedi um lugar em meu coração, foi a única forma que encontrei de seguir, reconhecendo o teu lugar e tudo que você significa.
Quanto ao sentir não cabe escolha, só cabe sentir e dar sentido.
E eu sigo sentindo e dando sentido, com tua vida em mim.