A MORTE A NOS MATAR AOS POUCOS (OU SERIA A VIDA?)
"Ó doçura da vida:
Agonizar a toda a hora sob a
pena da morte, em vez de morrer de um só golpe"
(William Shakespeare)
Quem mata quem:
A morte mata... a vida... ou a vida matará... a morte?
Quem vencerá no final:
A vida... ou... a morte?
Vida... e...morte!
Quem realmente vencerá... no final?
Quem dará a última risada (sobre o outro)?
Quantos eu já contemplei em seu leito (a que diz ser “de morte”)
E quantos contr’ela resistir tentaram...!
Todavia, em vão
Mas, poderá a vida “viver” sem a companhia da morte?
Como será sua eternidade sem esta que foi [aqui] co'ela
... sua então companheira?
Poderá quem sobreviver se contentar em ficar [para sempre] sozinha?
E quem disse que a morte também não cria... vida?
Não, definitivamente não creio ser a morte o fim da vida
Oh! Como sofrem os que assim acham!
Deus!
Criou-nos, pois, para contemplar nossa desgraça?
(ou rir de noss'angústia?)
E vede que há quem assim o pense
Quem poderia de fato compreender a vida decerto que
... aceitaria também a morte
Porém, dela queremos o tempo todo fugir
Comovida s'estaria ante o clamor de quem naque'hora padece e,
[em nome da piedade, tanto a suplica?
Ai! Como por demais se prolonga o tempo do exílio!
Oh! E que deste tempo seu coração então se parece, ó Morte,
[caso resolvida a abrandar do sentenciado seu sofrer?
(E, deste modo, a se fazer de forma abrupta... rápida)
A Morte, célere... instantânea!
A ser, sem dúvida, mais misericordiosa... do que a Vida
Já que a Vida... nos mata (também)... porém... aos poucos...!
"Sai e busca"
(Budha)
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04 de fevereiro de 2020