Invasão

Eu preciso escrever isso, preciso me despir disso que estou pensando, não posso guardar pra mim, não posso me encher desse sentimento, tenho que colocar pra fora, tenho que escrever.

Falando em despir, a cada vez que imagino você se despindo na frente de outra pessoa, meu sangue ferve, sinto meu coração bater mais forma quando imagino as mãos de outra pessoa passando por cada curva de seu corpo, lugares onde apenas eu visitei, lugares onde eu apenas morei! De repente, existem visitas? Não fui uma visita, foi um arrombamento na minha morada, entrou com tudo, em minha casa, entrou, bagunçou, e foi embora, simples assim, uma invasão. Insuficiência, desprezo, decepção, tristeza, me sinto assim.

Me considero com raciocino rápido, mas, faz mais de 24hrs que você me contou, e até agora, ainda não consegui raciocinar direito, não consegui digerir direito… me doeu, me dói, um sentimento inexplicável, um sentimento infelizmente imutável...

Se quero continuar contigo, devo aprender a viver com isso, devo engolir a seco essa dor, acredito que essa ferida, um dia irá se curar, pode ser rápido, um dia talvez, um mês, ou pode demorar, um ano, cinco anos, uma década, não sei, ou talvez nunca se cure.

Minha mão fica gelada, apenas de pensar das mesmas coisas que você fazia comigo, fazendo com eles, o toque no pescoço, o beijo, o carinho, a pegada no cabelo, o toque em outras partes do seu corpo, o sexo, posições que fazíamos, palavras que falávamos um com o outro, o gemido… pensar isso me destrói. Espero que o quanto antes, que toda essa ferida se torne apenas uma cicatriz.

Pedro Dourado e Silva
Enviado por Pedro Dourado e Silva em 03/02/2022
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