La solitudene...
Certa vez, me perguntaram se eu realmente gosta da solidão. A pergunta veio acompanhada com um certo ar de pesar... Engraçado que a pergunta veio à mim, uma eremita...
Respondi que a vida é sinônimo de solitude e que, pesarosamente, atribuíram um único sentido (o de tristeza) ao vernáculo. Ora, nascemos sozinhos, aprendemos cada coisa com o mundo externo, mas é na usina interna, chamada mente, que aprimoramos tais aprendizados e, por fim, mas não menos importante, morremos sozinhos. Passamos a vida cercada das mais distintas pessoas, relacionamentos, entretanto, estamos sozinhos em nossos pensamentos, em nossas formas de sentir.
E por falar em "relacionamentos", foi neles que aprendi ainda mais a valorizar a solidão e a gostar de minha companhia.
Os relacionamentos, sobretudo os amorosos, iniciam-se fervorosos, com aquela necessidade de mergulhar no mar, que é o outro, e saber o máximo de informações sobre o outro ser. Em um dado momento, erroneamente, formamos um estereótipo, sobre o outro, em nossas cabeças e este mar já não nos atrai como antes.
Nestas experiências, aprendi a falar e não ser ouvida...
Então, compreendi que tinha duas opções: buscar subterfúgios e alimentar ilusões temporárias ou assumir que ser um eremita e viver a solitude.
Compreendi que o ser humano é paradoxal. Precisa das influências externas para aprender, mas que também depende apenas do ser interno para evoluir enquanto ser...