De amigos a estranhos - comentário II
Essas mudanças me fazem pensar em mortes constantes. E mal sei eu a que frequência. Se é a cada aniversário que matamos nosso velho "eu", a cada mês, ou será a cada novo dia?! Quantos funerais... E, claro, não só os nossos. Todos à nossa volta estão constantemente morrendo (e, para deixar menos fúnebre, renascendo em suas novas versões).
Talvez seja por isso que a distância e o tempo prolongado sem reencontros tenham o poder de transformar amigos em estranhos, amores antigos em desconhecidos. São realmente mágicos - porque ainda não encontrei outra explicação - aqueles relacionamentos que conseguem sobreviver.
É engraçado que a nossa herança para nós mesmos, entre uma morte e outra, são nossas memórias. As quais, às vezes, reprocessadas pelo tempo, têm seus significados e interpretações alterados. Elas são nosso legado, as lições que aprendemos (ou não) ao longo da vida.
Continue escrevendo nestas linhas tortas; reescreva os começos, os meios, o que precisar! Só não deixe que você chegue ao fim da linha sem ter sabido aproveitar!
18/07/2020 - comentário a partir da leitura de um texto de outro poeta ;)