Alento da fenda do TEMPO
No silêncio germinado pelo fim de uma exausta segunda-feira, vejo abrir uma fenda entre o hoje e a seguinte terça-feira, e nessa fenda do tempo, adentrei. Que engraçado, me sinto vivo e consciente. E é por ela (a consciência) que meu olhar observa freneticamente tantas cores, desejos, dessabores, possiblidades. Me pergunto por qual motivo custa tanto ao homem um pouco de paz e silêncio, mas de verdade, falo daquela paz que vai além do "conceito". O que senti quando criança, quando era ainda pouco civilizado, confesso que sinto agora: A existência tão pura e plena que fogem as conceituações, poemas, sinônimos. Sinto a intensidade carregada da própria genuinidade de existir. Pois bem, talvez seja possível a felicidade.