Pressa!
Permita-me não me apresentar, pois tenho pressa. Pressa dessa gente gente cheia de verdades enevoadas, e de suas virtudes corrimpidas. Tenho pressa da hipocrisia que enche o peito, num suspiro longo e orgulhoso, de soberba tal que mal percebe o abismo à sua frente ao falar de fulano que escorregou, caiu e se deu mal. Tenho pressa desse riso fácil, dessa gente dócil, que apunhala minhas costas, e enche-de lágrimas em meu enterro. Tenho pressa dessas lágrimas que caem vagarosas e penosas. Permita-me, novamente, não me apresentar, permita que eu não sinta o prazer de conhece-lo. Permita-me não gastar meu sorriso, para que eu possas poupar minhas lágrimas... pois para elas não há pressa.