I-XIX Jaezes de vida e morte
Santo reflexo que me orienta à luz,
ergo-me e faleço perante a complexidade do que há.
Tanto sinto fundindo-me a você que pouco sinto ao morrer.
E toda clareza a mim explicada, faz-me querer que sombras haja,
apenas para ser escondido o que tenho de maldito, e o fim dos precipícios.
Fascino-me por amar e sofrer de tal maneira que, mesmo falecido, sinto-me contigo.
Foram tantas propostas a mim, e tão poucas minhas aos outros,
poucas estas que, se em vão, manter-me-iam são.
Mas por serem alguma coisa, fazem de mim trouxa.
Este que escreve-se morto e encontra-se vivo,
e vive de seu jeito: do jeito que não se vive.