Paralisia do sono
Esses dias tive uma dessas, de novo. Dessa vez deixei que me levassem.
Senti e ouvi pessoas falando...
"Fui e fiquei deitada..."
Olhei para a luz da geladeira, não conseguia me mexer ou levantar e lembrei da meditação guiada: lembre-se de um ponto ao seu redor para conseguir voltar.
Parei de lutar contra e deixei que me levassem.
Voei de forma veloz. Muito veloz. Vi as estrelas, a terra... Era um túnel no espaço, mas não tenho certeza se sai da terra. Sei que fui bem alto, alto até o espaço!
A altura e a velocidade eram imensas.
Tive medo, mas lutei contra e apreciei a paisagem. Estrelas, luzes...
Fui recebida por duas irmãs. Duas mulheres brancas de cabelos ondulados, mais para os cachos... Uma mais velha e outra mais nova. Não aparentavam mais de 30 anos. Acordei com a sensação de que elas eram minhas irmãs. A mais velha era mais falante e nos servia. Elas me receberam felizes por eu estar ali. Como se elas quisessem isso já há um tempo. Eu agradecia por virar o ano com elas e era grata a Deus por esse encontro ou reencontro. Lembro que perguntava: por que eu? Como se eu não fosse digna desse encontro. Elas falaram que Deus permitiu o encontro porque eu era uma boa pessoa, falaram: claro que você merece...
Acho que conhecia elas... Não sei.
Elas vestiam uma bata azul. Lembro que sentamos em uma mesa baixa (como aquelas de japonês que sentamos no chão) e comemos, conversamos... Não lembro o que falamos. Era uma casa rústica, me lembrava uma floresta. Uma casa dentro de uma árvore.
Acordei com aquela sensação de encontro e dúvidas: quem eram? O que falamos? Se não sei quem são por que tenho a sensação que as conhecia?
Pesquisei sobre "irmãs vestidas de azul". Google me mostrou passagens de Marta e Maria de Betânia. As irmãs de Lázaro.
Será?
A vida é engraçada. Quem não conhece a passagem de Lázaro? Mas nunca tinha ouvido ou pesquisado acerca de suas irmãs.
Mesmo Jesus chegando "atrasado" elas não o culparam pela morte do irmão e ele, emocionado, o ressuscitou.
Há uns dias, tenho visto bondade na morte da minha mãe (covid). Depois de presenciar o que uma amiga passou com a mãe dela e está passando com o seu pai, parei pra agradecer como as coisas se deram com minha mãe.
Foi tudo tão rápido e sem pompas. Não pude acompanhá-la, fui poupada de vê-la definhar, de presenciar e viver o velório... Ao contrário dessa amiga que obteve tantas memórias tristes... Há uns dias venho pensando assim. Doeu mais para ela que para mim... Dor física. Dor é dor e doeu, e dói muito ainda. Sempre vai doer. Mas não tê-la visto ligada a aparelhos, não tê-la visto infartar e sem conseguir respirar... Dizem que o que os olhos não vêem o coração não sente.
A morte é a morte. Quando tem que ser, será! Não há como escapar, penso que se não fosse assim seria de outra forma, mas claro que já pensei: Jesus, você levantou Lázaro após dias...
Pensamentos e pensamentos, agora para fora da caixa.
Que sonho! O mundo tem bem mais do que se vê... Quem eram elas? Devia ter perguntado o nome delas.
Os amigos espiritualistas tem dicas na espiritualidade de duas irmãs, que vestem bata azul... Uma mais nova e outra mais velha. Cabelos ondulados com cachos, e brancas mas não tanto...?