Sobre erros e tentativas
Às vezes, me envergonho dos erros que cometi. E em diversos momentos me arrependi de tudo. Desejei voltar no tempo para corrigir aquilo que ficou desconcertado, e dosar a intensidade "exagerada". Mas, me olhando no espelho descobri que se eu não tivesse errado tudo o que eu errei, não teria aprendido, nem tampouco melhorado como ser, jamais seria quem sou.
Cada erro veio carregado de uma consequência, e dela eu nunca fui liberada. Mas junto com ela veio também uma nova jornada, um recomeço, uma chance de voltar e consertar.
É claro que nem tudo deu para reparar, algumas coisas ficaram quebradas mesmo, mas tudo bem. Com isso, compreendi que nem tudo dura para sempre, e por mais que se tente remendar, tem horas que é melhor deixar para lá, e escrever um capítulo novo.
Minhas palavras colorem, exalam amor, mas também sufocam a flor, e diminui a existência e a importância do "menino".Aprendi que preciso sentar do lado de lá, e ouvir o que foi dito com a mente do outro, para dimensionar o tamanho do estrago que foi feito.
Queria ter nas mãos o poder de prever os novos erros, os mergulhos profundos em profundidades rasas, e as coisas que irão insistir em permanecerem quebradas, e as palavras que irão dar no coração machadadas. Mas eu não tenho, e não vou ter, e por mais que eu queira, ainda vou errar muito, vou machucar muito, vou quebrar, e sufocar também. Porém, vou voltar todas as vezes para tentar desfazer os maus feitos, e concertar tudo até onde der, vou crescer ainda mais com tudo isso.
Eu vou errar muito ainda, mas não vou desistir de tentar, muito menos de acertar. Os meus erros não irão me impedir de amar de novo. Eu nunca vou deixar de tentar remendar os versos do meu soneto de amor torto.
"E se eu fosse o primeiro
A voltar pra mudar
O que eu fiz
Quem então agora eu seria
Ah tanto faz
E o que não foi não é
Eu sei que ainda vou voltar
Mas eu quem será?"(O velho e o moço)