I-XVII Jaezes de vida e morte

Estava eu imerso há poucos instantes,

exausto por nadar, pressionado por tanto o ar segurar.

Fui salvo por uma colérica besta que, ao abocanhar-me, fez-me acordar.

E ao lembrar de minha vida, esqueci-me de outras.

Mas não me esqueço daquela que se mostra bela,

que me faz tantas noites perder tentando ela rever.

Lembro-me de dias e horas, dos países e das cidades.

Sorte minha ser, entre todos, o único em seu coração,

pois sou ingênuo como os bobos, e malícia alguma trago das vidas que sofro.

E antes que qualquer coisa eu pudesse a indagar, sumiu-se como mágica,

deixando-me como testemunha de tanta besteira inventada.

E sentindo mais do que lembro, sofro por saudade dessas vidas pintadas ao relento.

Murilo Porfírio
Enviado por Murilo Porfírio em 06/01/2022
Reeditado em 23/09/2023
Código do texto: T7423412
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