2021 Findou
2021 encerrou. Mas o que há de novo? O que há por vir sempre haverá de ser o inevitável. O excerto de um ano ao outro nada mais constitui além da impermanência de todos os frágeis seres humanos. O implacável destino rastejando para agarrar as nossas pernas a cada instante. É deste destemível predador pelo qual corremos intermitentemente por uma vida inteira; um fluxo natural que cria; transforma; desfaz e renova: o Tempo.
O que nos seria mais importante na vida do que o movimento que formulou toda a existência do universo? Poderia desejar-lhes um ano novo, mas que significado teria tal ato? A vida não deixará de ser constante até que não mais seja, e até esse ponto, não posso ignorar o fato de que um calendário não é capaz de redobrar a simples realidade de que somos progressivos até que não sejamos mais. Poderia então recorrer a desejar-lhes um ‘’ futuro novo ‘’, talvez viesse a fazer mais sentido, mas, quem garantirá a existência para essa continuidade que depende apenas dos vivos? Não festejo o ano novo, mas sim o passado, que fez possível durante uma longa caminha de progressos, que estejamos tão evoluídos. Viva o imenso passado, que faz prosperar o desmedido futuro dos que aqui progredirem.