Como ando mesmo numa fase desinspirada e
muito pensativa, fiquei pensando no meu cérebro
e cheguei a conclusão de que quando ele colapsa
é bem melhor do que quando é o coração o colap-
sado.
Pelo menos não para de vez. É uma parada mo-
mentânea para uma filtragem dos spams que na
verdade são aqueles acontecimentos insidiosos
que acontecem com todos de vez em quando.
Nessas horas do descanso cerebral, rabisco mon-
te de pensamentos, coisas que ele sempre me in-
tui e dai surgem os traços nos rabiscos com seus
pontos e virgulas e logicamente os etceteras que
correm como doidos nas coisas que surgem no
papel.
E a medida que saem os pensamentos, do cora -
ção sim, pois o cérebro está na pausa preguiçosa
do colapso oportuno, vou fazendo a faxina das
minhas gavetas internas, acompanhando os
rabiscos que vão aparecendo no papel.
Quando o cesto está cheio desse lixo emocional,
paro, respiro, tomo um café e aliviada constato
que tudo é apenas um recomeçar, parar e continuar