Coisas que eu penso saber (Lote11)
101. Um dia certo alguém me disse, que no meio militar, a continência era um cumprimento ofertado, não pelo subordinado ao superior hierárquico, mas pelo mais educado a quem cruzasse seu caminho. Na vida acontece o mesmo, com o perdão, com a demonstração de afeto, com o carinho, com o respeito, não espere pelo o outro, seja o mais evoluído, pois só ofertamos aquilo que nos é abundante.
102. Quando me questionei sobre qual o melhor caminho a tomar em uma situação vivenciada, uma voz interna, quase imperceptível, me deu a seguinte sugestão: Não importa! Os caminhos possíveis, apesar das diferenças, são somente facetas diferentes da mesma coisa: em suma, atingirão o mesmo ponto a depender da sua vontade.
103. Conhecemos as perspectivas, porém desconhecemos o ponto comum de onde elas descendem. Dessa forma, vemos as consequências, as reconhecemos, podemos imaginar as causas, ou intuitivamente conhecê-las, porém, não conseguimos produzi-las, ou controlá-las.
104. Partimos de um único ponto, tomamos caminhos derivados. E mesmo não sendo em tempo idêntico, chegaremos novamente ao ponto inicial.
105. Sempre fui fraco. Sempre reconheci minha fraqueza. Nunca aceitei minha fraqueza. Sempre quis ser forte. Tornei-me forte.
106. Acredito ter enxergado, mesmo que de forma embaçada e obscura, como iniciar o controle das causas, que determinam as consequências em nossas vidas. E o processo inicial traduz-se em controlar aquilo que conscientemente enviamos ao nosso subconsciente/inconsciente, pois é de lá, que partem os direcionamentos coincidentes que causam efeitos em nossas vidas.
107. Só quem já enfrentou um dia de trabalho pesado, para ganhar alguns trocados e ao final da árdua jornada chegou a uma casa sem o mínimo conforto, às vezes com uma alimentação precária, em um lar desestruturado, tendo como única certeza o questionamento: por que não tenho ao menos aquilo que preciso, já que o sofrimento e o esforço é tão numeroso? E que mesmo estando ciente da injustiça da sua condição, com vontade de desistir, não o faz e busca mudar de vida, têm capacidade espiritual, moral e sentimental para compreender aqueles, que em condições análogas, desistem de se debater.
108. Uma frase me vem à cabeça: “vamos em frente por que atrás vem gente.” O tempo de se fazer é o agora, por que o amanhã pode ser tarde, ou pior, nunca chegar e outros ocuparão o seu lugar. Em síntese: “Mas vale o feito do que o perfeito.”
109. Será que no decorrer da história humana nos perdemos e fomos enganados, acreditando que o saber contido na escrita é o que possuímos de mais pontual e acertado. Quando na verdade os saberes que realmente interessam são posse daqueles grupos minoritariamente selecionados, que os guardam e repassam via oralidade?
110. Diz-se que não há grande recompensa, ou desafio em amar aqueles que nos amam, a verdadeira nobreza de espirito está em amar aqueles que nos odeiam. Acredito, não na nobreza desse ato, mas na dor dele ocasionada, pois aqueles que amamos e que não nutrem por nós o mesmo sentimento, também são aqueles que mais eficiência tem em nos proporcionar dor.