I-XII Jaezes de vida e morte

Miseráveis, apostam ao acaso como donos de Deus.

Intrigados por verem-me sozinho, questionam o que não podem perguntar e,

como quem detém culpa, temem então, o que inventam para si, para os outros, e para ninguém.

São as tentativas de ver-me feliz que me lembram de vossas almas que residem aqui.

Por serem de outras que outras têm, ou de alguma que só tenha alguém,

esqueço-me do que pedem ao lembrar-me do que merecem.

E se, por séculos, as respirações me segurassem,

fariam com que a morte não me achasse, apenas para rirem, aqui, de mim e do que não supero,

de quem se vitimiza e arrepende, e de quem, com a morte, consente.

Basta, então, isto ser o que é, e ser eu quem tenho sido.

Murilo Porfírio
Enviado por Murilo Porfírio em 22/12/2021
Reeditado em 23/08/2023
Código do texto: T7412577
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