I-XI Jaezes de vida e morte
Intermináveis beijos vossos que minha juventude arruína,
não explico de melhor forma se não franzindo o que tenho de rosto.
Ferve-me o sangue.
Ouço bobagens do que tenho sido e fatalidades que me aguardam.
E diante de ti, que rancor algum ouves, és mais feliz do que deveria.
Retornarei então, talvez, com uma carta ou duas,
lembrando-nos desta cidade que, nascida de mim, tanto ostenta as más coisas.
E o silêncio que aos outros significa, nos soa como desculpas de almas distraídas.
Odiando-o não me despeço, pois viveria por ti apenas para que eu não viva por mim.
Seus sonhos, faria-os meus dois ou três, esperando, da fé, algo bom.
E diferente do épico lírico baiano que, no português, tanto acreditam propositar seus erros, vivo crucificado,
às vezes por menos, muitas vezes por menos ainda.
Mas não temo a morte que só ameaça, lembro-me de ti, que aqui faz-se de graça.
Aos que, lendo-me, desacreditam na justiça, vejam destas ofensas justiça que faço por mim.
Santifico-me por guiar quem mal compreende, os dizendo: besteira essa de querer entender egos contundentes.
Aprendam o caminho de casa ao sair dela, orando para que os livrem do que, de volta, os levem a ela.
E livrem-me destes homens que, de todos os tempos, têm gastado apenas o meu.