Eleições, mais uma.

Estamos a ponto de começar o processo eleitoral e o jogo de interesses já dá sinais de que não quer perder tempo, a grande imprensa se aproveita da sua atividade para já influenciar o eleitor fazendo divulgação mais contundente do candidato da sua preferência; este, além de receber maior atenção e ficar mais tempo exposto no veículo de comunicação, as suas falas e gestos terão maior prioridade na pauta de edição, sempre, e, muitas vezes, serão repetidas à exaustão. A disputa pela Presidência da República, de maior relevância, já vem registrando intensa movimentação nos partidos.

Eu, confesso, há muito cheguei à conclusão de que, aqui no Brasil, a maior ruína de que sofremos está ligada à farra que os agentes públicos fazem com o nosso dinheiro, e, sejam eles do Poder Legislativo, do Executivo ou Judiciário todos, sem exceção, brincam e se divertem às nossas custas, tanto no âmbito municipal e estadual quanto no federal. Desde então, durante o processo eleitoral eu passei a procurar dentre as inúmeras causas - Saúde, Transporte, Educação... -, apenas os concorrentes que chegam hasteando a bandeira da Moralidade, pra mim a mais importante, e, daquele momento em diante, nunca mais eu encontrei um único candidato para receber o meu voto, um que seja moralmente capacitado; deposito na urna um voto nulo.

Veja este exemplo de gasto - é infame: Como se não bastasse o valor da remuneração mensal somado aos penduricalhos e mais a adição do fundo partidário - você sabe o que é, o fundo partidário, e para o que serve? -, os deputados federais agora derrubaram o veto presidencial e aprovaram o fundo eleitoral para financiamento de campanha que, sozinho, é da ordem de R$ 5.7 bi. Reunidas todas as parcelas relacionadas de despesa, a cifra total equivale ao prejuízo que a Lava Jato apurou com a corrupção. Eu pergunto a você, leitor, isso é moral? De que maneira você pensa ajudar para impedir que esse roubo continue? Vai agir como, vai fazer o quê? Daqui para frente eles nem precisam mais se rebaixarem a condição de corruptos, pois a ação de suborno dá trabalho; se descoberto, o meliante deve responder inquérito, pode ser condenado e sua ficha, na justiça, ficar suja; e, como ninguém quer ser apontado como bandido, para contornar a má conduta eles institucionalizaram o arrombamento dos cofres públicos, dessa forma, a farra continua e, doravante, noutro nível, oficializada e sem a repressão dos órgãos de vigilância, sem perseguição policial e totalmente liberada pela justiça, com mais espumante e muito mais caviar sobre a mesa.

O processo eleitoral tem como premissa, que o voto popular outorga apoio incondicional dos eleitores aos servidores eleitos para que estes, encarregados de administrarem o país, possam implementar todas as mudanças que se fizerem necessárias para dirigir bem os negócios públicos. O que isso quer dizer? Quer dizer que nós, eleitores responsáveis, apoiamos esse roubo.

Dos que derrubaram o veto do Messias - num jogo de cartas marcadas, não se esqueça de que Bolsonaro também será candidato à reeleição -, tem gente de todo tipo, representante de eleitor que pertence a ala da direita, assim como da ala da esquerda, ou seja, tem ficha suja com habeas corpus assim como tem os de ficha limpa, os preferidos do eleitor consciente; estes são os que recebem votos de todo mundo, do rico e do pobre indiferentemente.

Safado!, todos os que marcaram presença e contribuíram para sacramentar esse dano vergonhoso.

Eu, em sã consciência jamais entregarei o meu voto para o candidato cujo compromisso é com o jogo de interesses, se o fizer, eles acreditarão que eu apóio essa roubalheira descarada. Não apóio! Jamais apoiarei!

Não vou continuar nesta toada, já deu pra perceber que o número de cidadãos brasileiros que serão lançados na sarjeta por conta dessa farra não será pequeno. Aí, depois de terem arrombado os cofres públicos em benefício próprio, eles agora derrubaram, por sua vez, o limite de gastos do orçamento, quer dizer, deram permissão ao Executivo de aumentar o endividamento do país, como se o patamar atual fosse pequeno; o argumento cínico usado para justificar a nova despesa é que será para pagar o tão necessário e justo Auxílio Brasil; a consequência disso é que, tão alto endividamento diminuirá a nossa capacidade de crescer, e com a agravante de que a dívida continuará deteriorando o caixa do governo a cada novo golpe.

É tudo muito indecente isso, rapaz.

Mas, enfim, quando eles quiserem o voto do BEM, o voto da moralidade, saberão o que devem fazer para conquistá-lo, estarei sempre pronto para colaborar.

Dilucas
Enviado por Dilucas em 18/12/2021
Reeditado em 16/03/2022
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