Nº4 - Sobre a vida e Fórmula 1
Eu assisto Fórmula 1, já contei pra vocês uma centena de vezes e hoje, Hamilton que estava liderando a corrida inteira perdeu o título na última volta de Yas Marina, devido a um Safety car causado por um acidente com Lattifi.
Chorei. Chorei como criança. Fazia tempo que não me emocionava tanto com um esporte. Talvez nunca tenha me emocionado tanto assim. Gritei, prendi a respiração e acreditei, até a última curva, até o último segundo, até a bandeirada.
Tive minha alegria anulada em ver o rival campeão, mas infelizmente me veio a reflexão: A vida é exatamente assim, não é mesmo? A gente acredita que tá tudo fluindo quando, de repente, por algum motivo que não está no nosso controle, alguma coisa acontece que muda o rumo de tudo, que nos tira do eixo na última curva da última volta e a bandeirada tão sonhada passa a ser apenas de um desconfortável segundo lugar.
Dói. Dói ver o esforço de uma temporada inteira (de Fórmula 1 ou da vida) se encerrar com uma reviravolta baseada em um erro. Um capricho com requintes de crueldade do destino.
Mas eu acreditei. Acreditei até o último segundo, acreditei com todas as minhas forças e meu coração vibrou junto e é isso que importa.
Desejo que todos nós tenhamos essa fé e esperança de acreditar até o último milésimo de segundo. Que nada nos tire a paixão, o brilho nos olhos e o amor de um coração que pulsa por um objetivo. Afinal, a próxima temporada é logo ali e sempre podemos torcer novamente.
A vida é isso, um intervalo curto e delicioso antes da nossa única certeza. Que saibamos aproveitar e nunca nos falte paixão.