Amores & Paixões
Os amores vêm, os amores vão. É assim hoje, foi assim ontem e continuará sendo assim sempre. Não acredito que uma pessoa ame duas ao mesmo tempo. Paixões? Aos milhares. Amor? Só um!
Alguns dizem que as pessoas amam apenas uma em toda sua vida. Outros dizem que o amor precisa ser renovado, um diferente em cada novo momento. Creio que as pessoas têm um, dois, alguns ou vários ao longo da vida, mas amar duas ao mesmo tempo, nunca!
Amor não é paixão, que é fugaz e ocorre para todos, mesmo entre aqueles que já possuem um amor. Paixão é um desejo incontrolável que passa tão rápido quanto a velocidade com que chegam, mas que mesmo assim podem causar danos irreparáveis. Danificam até mesmo o amor.
Este, por sua vez, demora a passar, mesmo sendo à primeira vista. Ao contrário da paixão, que é velocista e atlética, o amor é como uma vida: nasce, cresce e morre. Durante o percurso ele sofre, ri, progride, estagna-se, perde a esperança, ganha mais um fôlego e assim vai até o suspiro final.
Apesar de ser e estar em alguém, ele não necessariamente acaba com a pessoa. Deveríamos considerá-lo como algo que tem vida própria, que pode morrer e que não necessariamente nos leva junto.
O problema todo é que não queremos acreditar nisto, mesmo todos nós tendo visto, ao menos uma vez, o amor do outro por nós morrer. Queremos mantê-lo de todas as formas, do jeito que pudermos.
Deveríamos sofrer a perda, viver a fossa, mas nunca nos pôr no lugar dela. Deveríamos pensar que é um ente querido que se vai e que sempre ficará na memória, bem guardado, para que possamos nos lembrar e nada mais. Porém preferimos fazer dele a nós mesmos.
A paixão arrasa quando chega, mas nem tanto assim quando se vai. Ela nos serve como tônico para a auto-estima. É como comprar um carro novo ou algo legal, até percebermos que no fundo não é tanta coisa assim.
Já o amor é completo. Imprevisível. Incontrolável. Impreciso. Inerente. Inconfundível.
Ele vem e se vai.