Memórias...
Lembranças simples
Traços pouco curvos
Cores nada incomuns
Gestos normais
Consomem minha mente
Mergulham-me, até afogar
Como num infinto oceano
De memórias intermináveis
Nas mais simples coisas
Puseram a chave da minha mente
E passeam livremente
Como na cabeça de mais ninguém
Muitas vezes não entendo
Porque coisas tão simples
Vêm à tona tantas vezes
E insistemente, aqui vivem
Minhas memórias, cercando-me
Contruíraram em mim
Uma fortaleza inviolável
De onde parece impossível fugir
Fecho os olhos por um instante
E consigo ver tudo de novo
Mas como num filme de suspense
Mesmo memórias parecem imprevisíveis
Elas sobrevê-me aos montes
Como ondas tempestuosas
Não é possível impedí-las
Não é possível contê-las
Intensas como são
Inevitáveis como provaram-me ser
Dizem-me que aqui reside vida
Fazem meu sangue ferver
Mantêm vivas minhas emoções
Minhas fortes e simples memórias
Dizem-me o que sinto
O que sinto dentro de mim mesmo
O que sinto e quanto sinto por ti.