Dezessete e trinta
Às dezessete horas a saudade aperta, às dezessete e trinta, chegam as lembranças. Aquelas com cheiro de aconchego, a infância jamais esquecida, a ternura e inocência de quem não conhecia as maldades do mundo. Ainda ouço o barulho da polenta esquentando, sinto o cheiro do café fresco e meu avô me convidando pra comer. O rádio de pilha ligado, a cozinha grande, o fogão vermelho. Todos os dias, no mesmo horário, a mesma pessoa....Hoje as dezessete e trinta não são mais iguais. Há muitos anos, aliás, o rádio silenciou e o café, agora feito pelas minhas mãos, nunca teve o mesmo sabor.