Meu sangue não nega
Meu sangue não nega uma dor
a dor de um judeu,
das lágrimas que choraram meus irmãos
na perseguição
na inquisição
do ódio alemão
Meu sangue tem um quê de Holodomor
da fome ucraniana
do egoísmo russo
e eu não nego o meu sangue
eu suporto a dor
o ódio de quem diz sentir amor
mas cá estou eu
uma sobrevivente da minha geração
a semente que Deus guarda não se perde
mantenho puro o meu coração
Não me diga que é tarde
E não me impeça de tentar
Se tudo o que eu sonhei
Está dentro do mais profundo azul
O universo vai fazer realizar
como estrela brilhar
Sei o quanto eu esperei
Eu decidi lutar
Sonhos não podem morrer
e se são meus não os posso abandonar
Sonhos foram feitos para nascer
e eu os irei gerar
Eu suporto a dor
De quem não sente amor
Eu vou amar