ROMPER O SILÊNCIO DA COMUNICAÇÃO
Romper o silêncio que nos conforma a rotina de rasa comunicação midiática exige criatividade.
Tal esforço se confunde com o desafio de inventar palavras novas, de saber em tudo um sentir outro e imprevísivel, que nasce no corpo aberto a paisagem, inspirado por mil desassossegos e segredos.
Inspira à ruptura um sentimento de mundo fundado no prazer do ato mudo de fazer, criar, a si mesmo, como espelho das coisas em composições e multiplicidades.
Produzir sentido é um artesanato da existencia, um calar-se ou um dizer sem palavras que nos reduz a coisa entre e através de coisas que seduzem a imaginação e acorda inéditas infâncias.
Romper o silêncio é redescobrir o mundo, tornar estranho o que nos parece demasiadamente familiar. É preciso desaprender, reapreender tudo que aprendemos a ser, dizer e sentir, até saber na pele uma extra existência onde tudo se confunde como virtualidade e potência de um devir natureza.
Romper o silêncio, transfigurar todos os enunciados, é deseducar os sentidos, a consciência e o corpo. Afirmar a ignorância de uma sabedoria selvagem e instintiva que reduza o mundo a experiência do assombro e do sublime.