Em Companhia (in compagnia)

Qual solidão te aflige?

Seja qual for, será que de fato estamos só?

Em meus momentos de solidão, quando mesmo estando rodeado por pessoas até com quem dizemos amar, encontro companhia...

Talvez não nos atentamos, mas, nunca estamos só, eu não sei, e, nem posso falar pelos demais, contudo, tenho certeza que das muitas companhias, tem alguma que teremos em comum.

Nas minhas noites, pela madrugada em que só, tenho a escrita me fazendo cumplicidade.

Na festas, em que a multidão se faz presente, o sorriso por algum gesto deliberado dessas pessoas me acompanha, servido de bandeja para mais escritas.

Ao lado da pessoa amada, que em tese, temos vontade de se acomodar por entre os braços, mas, percebemos que apenas os seus assuntos são prioridade, apesar de parecer estar sozinho, vejam só, mero engano, a escrita vem me acompanhar mentalmente, sendo formulada, ajustada, redigida tantas vezes que quando parte para o papel ou PC, ainda achamos palavras para serem trocadas ou acrecentadas.

É um romance, contado em versos com temas diversificados.

Então tenho a certeza de não estar só! Numa solidão que visivelmente assusta a quem vê, levanta questões sobre a saúde mental das pessoas, medo dos familiares, que isso nos leve a depressão, entre tantas loucuras assistidas.

Aquele(a) que tiver um pedaço de papel, por menor que seja, um toco de lápis, um dedo ou qualquer modo de escrever, não poderá, nem, em hipótese, dizer que vive na solidão, pois, ter a escrita e uma mente, ainda que não seja criativa, nunca, mais nunca mesmo, estará completamente só...

(Eu escrevo desde dos 14 anos. Tendo essa companhia maravilhosa... Juntos já viajamos, debatemos, criticamos, brincamos e brigamos com Deus e as religiões, sempre nos divertindo e causando em alguns momentos, polémicas... Assim, não tem, nem damos, espaço para a solidão...)

Texto: Em Companhia (in compagnia)

Autor: Osvaldo Rocha

Data: 11/12/2021