Medo
Cazuza dizia que em uma canção que tinha medo, mas que precisa dizer que ama. De repente, ao estar diante do notebook que representa tantas coisas, com duas abas especificas abertas, questiono-me sobre os meus medos.
Quis fazer uma entrevista comigo mesma. E fiz.
Dolorosamente honesta, fui item por item. Percebi do que tinha medo. Percebi o motivo. Não deixou de doer.
Então, penso, se consigo, hoje, enfrentar meus medos. Penso se envio as mensagens que adio há tempos, penso em fazer aquilo que desejo fazer, mas que o medo do "não" é maior que qualquer paixão pelo dever e pelos sonhos. Penso em fazer tudo aquilo que o medo de errar me faz procrastinar, e olhando as abas abertas, tenho medo de ver que na verdade sou mais que imagino.
Não Cazuza, eu não tenho medo de dizer que amo, mas tenho medo de dizer que fique. Tenho medo de ganhar, mas não de perder sem engano, porque não há perdido, a menos que tenha sido achado. Tenho medo de olhar e ver que talvez seja boa em algo. Tenho medo daquilo que é a essência do ser.
Entendi afinal, tenho medo da vida, porque viver é justamente encarar os medos, sem medo.