Afundar

Invisível sem rosto por atrás da máscara nunca vista, caminhando entre noites por sob a chuva a se perde no silêncio em meio ao brilho no oceano celeste. Andarilho de nenhum lugar, deitado no gelado chão sob a brisa fria, se afogando no recesso da noite, enquanto teme a crueldade do sonhar, já que ao desperta jamais encontrará quem em seus sonhos permanece a habitar. Coração que nunca pertenceu, habitando no fantasma a caminhar entre sussurros do mundo através da parede de vidro ao qual parecer amaldiçoador a não poder alcançar. Fragmentos de um coração que continua a se quebrar da sombra que por um momento enxergou além do silêncio, mas queimou ao acreditar que poderia outro coração alcançar. Reflexo sem reflexo da alma quebrada refletida no estilhaço do espelho feito do coração fragmentado, que talvez somente ao afundar entre os rios Aqueronte e Lete possa o fazer parar de sangrar. Humano de nenhum lugar que ao ver uma estrela a habitar no castelo do silêncio, ousou sonhar a seu lado poder ficar.