O TEMPO AGORA

Fugaz, contínuo e irrevogável, o momento irreversível no tempo, imperceptível ou não observável diretamente, é uma chama tremeluzente e efêmera na vida, que ao ser percebido torna-se passado.

Como conceito matemático, numa teoria que descreve a natureza do tempo e demonstra sua existência na sua dualidade de mudança de intervalo, podemos, sentir, medir, memorizar, imaginar e sequenciar o tempo na experiência do sujeito das coisas para explicá-lo. No entanto, por não ser uma noção empírica, não podemos observá-lo diretamente. Conhecemos o tempo como a sucessão contínua de momentos irreversíveis que vão do passado para o futuro através das mudanças sequenciais que as coisas experimentam, como a duração ou permanência das coisas entre um início e um fim, antes e depois num determinado estado físico ou situação.

O tempo físico, permanece abstrato e subjetivamente distinto da experiência vivida, não podendo interferir genuinamente com o passado e o futuro como áreas temporais, devido a razão lógica da verdade do momento atual e o seu movimento, a sua temporalidade intrínseca, é finito. Mas, uma das poucas coisas que o “congela” e mostra a sua existência, progressão e duração é a arte da fotografia num formato em que a continuação das situações que ocorrem sem pausas com o pequeno intervalo dos nossos estados conscientes assume, quando a nossa individualidade se permite existir sem voluntariar-se de separar a sua condição atual do seu estado anterior como o elo subjacente da personalidade humana.

Na linguagem, a apreciação da ideia e a opinião manifesta do tempo passado, presente e futuro dependem de um momento unicamente exposto, “o agora”, que pode ser diferenciado no tempo com um parâmetro reversível e homogêneo, ou, um tempo dirigido e irreversível. O momento atual é a consciência subjetiva que avança espontaneamente com uma flexão indicativa de data ou evento.

Apesar de alguns pensadores ao longo da história declararem consistentemente a divisão do tempo nestas regiões do antes e depois, como ilusória, passado e futuro somente denotam direções no tempo sem referências e definição física do agora ao que ocorre no momento presente. Porém, o fim do tempo, como noção de conclusão irrevogável, permanece abstrato enquanto continuar a fluir em movimento contínuo.

Entretanto, a relação mútua entre o irreversível e o irrevogável pode ser esclarecido através de uma forma cruzada, pois, por um lado, mesmo que o irreversível seja algo incessante e contínuo, é vivido como algo momentâneo e passageiro, ainda que o irrevogável seja algo esporádico e intermitente, e ser vivido como algo eterno.

Apesar de não implicar num impasse permanente, o tempo, em sua fluência contínua, a cessação de tudo como consciência de término inevitável, permanece abstrato. Pois, o antes é lembrado com tristeza, e o que acontecerá já é previsto, produzindo o contentamento, a curiosidade e a incerteza potencial do desconhecido.

Na atualidade de abstinência precavida, preocupação com saúde e distância social, há uma pluralidade de impedimentos complexos a suplantar, com questões prementes e experiências desconhecidas da vida quotidiana que apuram a nossa compreensão do presente dividido para abordar tanto o que é como o que pode vir, quando planos autônomos, não comerciais ou institucionais são insuficientes, num momento em que o incentivo e a motivação tornou-se algo proporcionalmente desafiante, quando o aqui e agora são postos à prova. Somente o propósito de um desfecho se apresenta como um emblema para o conhecimento de que o tempo continua.

Não obstante, a finalidade como motivo orientador permanece tangível ao longo de toda a experiência, pois o fim reside dentro de uma continuidade em constante movimento.

J Starkaiser
Enviado por J Starkaiser em 01/12/2021
Código do texto: T7397615
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